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Promovido pelo Grupo Bom Viver, o encontro entre profissionais de referência terá a participação da oncologista Clarissa Mathias e condução do psiquiatra André Gordilho, diretor técnico-médico do Hospital Bom Viver que, há quase 30 anos, se dedica ao tratamento de transtornos mentais em Salvador. As inscrições gratuitas acontecem por este site.
"O diagnóstico de câncer pode levar a uma piora da saúde mental, a um quadro depressivo, um quadro ansioso, e isso vai mexer no tratamento como um todo. A pessoa com depressão fica 'para baixo' e as emoções mexem com nosso sistema imunológico", explica o psiquiatra André Gordilho.
Além disso, o especialista destaca que existe o próprio descuido natural associado a esses quadros: a depressão leva a uma falta de ânimo para se cuidar e fazer a atividade física que muitas vezes é necessária para se manter bem. "Então, é fundamental cuidar da saúde mental nos quadros de oncologia, avaliar se essa pessoa precisa de um e", completa.
Doença, proximidade da morte, luto e fé serão alguns dos assuntos abordados na apresentação da oncologista líder do Câncer Center do Hospital Santa Izabel e Oncoclinicas, Clarissa Mathias, que vai falar sobre os "Últimos dias de vida".
"Os últimos dias de vida envolvem toda uma preparação da equipe multidisciplinar, incluindo profissionais da área de saúde mental, cuidadores, familiares e os próprios pacientes, para que eles saibam identificar os processos e se adaptar a eles, entendendo como lidar com o luto, a perda da partida de um ente querido. Acho de extrema importância que possamos reunir profissionais de várias especialidades, para que cada um com a sua visão possa enriquecer o debate e nos aprimorar para cuidarmos melhor dos pacientes", enaltece a oncologista.
Uma pesquisa divulgada em maio na Inglaterra, conduzida pelo Dana-Farber Cancer Institute de Boston, Universidade de Surrey e Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra, revela que um em cada cinco adultos pode ter sua vida encurtada por câncer devido a problemas de saúde mental não tratados. "Receber o diagnóstico de câncer gera um impacto muito grande na vida da pessoa e isso mexe com a sua rotina, assim como o modo que essa pessoa lida com a finitude, a possibilidade do encerramento da vida", destaca o Dr. André Gordilho.
O grande "X da questão", segundo o diretor técnico do Hospital Bom Viver, é quando a pessoa se coloca na situação de fragilidade perante a vida. "'Como assim, minha vida estava bem e pode acabar a qualquer momento? Como vou organizar minha vida, meus filhos?'. Esse excesso de preocupação pode gerar ansiedade e ela pode levar à depressão, que são as patologias mais associadas ao diagnóstico de câncer", explica.
Muitas vezes a pessoa encara o diagnóstico como uma sentença, continua o psiquiatra, "o que não é necessáriote verdade, porque cada vez mais o tratamento tem evoluído". "Porém, a jornada do lidar com o câncer, com os tratamentos, a quimioterapia, a cirurgia e toda a incerteza que acompanha em relação ao futuro pode levar a quadros de intensa ansiedade e depressão também", alerta.
Temas:
Quando: 24/07, às 19h30 (credenciamento às 19h);
Onde: Auditório do Edifício CEO Salvador Shopping (Av. Tancredo Neves, 2539 - Caminho das Árvores);
Entrada gratuita (mediante inscrição e sujeita à lotação do espaço);
Inscrições por este site.
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