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O dirigente foi eleito diante da presença de 26 federações e 20 clubes, sendo 10 da Série A (Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Ceará, Cruzeiro, Grêmio, Palmeiras, Santos, Vasco e Vitória) e 10 da Série B (Amazonas, Athletic, Avaí, CRB, Criciúma, Operário, Paysandu, Remo, Vila Nova, Volta Redonda). Santos e Cruzeiro tinham prometido boicote à eleição junto a outros clubes, mas acabaram comparecendo, o que não quer dizer que tenham votado em Samir Xaud, já que houve 103 dos 108 votos possíveis. Entre as federações, só a Federação Paulista, de Reinaldo Carneiro Bastos, se ausentou.
Em seu discurso de posse, o novo presidente prometeu implementar medidas como a redução dos campeonatos estaduais e a criação de um grupo de trabalho para estabelecer regras de fair play financeiro no futebol brasileiro. Ele também enfatizou a importância da estabilidade institucional para o desenvolvimento do futebol nacional, incluindo a profissionalização da arbitragem e o fortalecimento do futebol feminino.
Após a destituição de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF envolvido em acusações de fraude, uma série de articulações nos bastidores envolveu dirigentes, clubes e federações para definir seu sucessor. O nome de Samir Xaud emergiu como o único candidato à presidência da CBF, sendo eleito com o apoio de 25 das 27 federações estaduais e clubes como Vasco, Palmeiras e Grêmio.
As 27 federações estaduais desempenham um papel crucial nas eleições da CBF, pois cada uma possui peso três no colégio eleitoral, enquanto os clubes da Série A têm peso dois e os da Série B, peso um. Essa estrutura torna o apoio das federações decisivo para qualquer candidatura. Quem tem o apoio das federações larga muito na frente, pois juntas somam 81 pontos contra 60 dos clubes.
Para poder lançar a candidatura, é preciso o apoio de ao menos quatro federações (12 votos) e de quatro clubes das Séries A e B (12 votos). Historicamente, os presidentes angariam apoio suficiente das federações nos meses que precedem a eleição, tornando o pleito uma mera formalidade, pois quem está no poder se reelege ou elege o sucessor. A última vez em que a CBF teve dois concorrentes na disputa foi em 1989, quando Ricardo Teixeira derrotou Nabi Abi Chedid, então vice da CBF.
Tentando interromper o atual ciclo na presidência, o jogador Ronaldo Nazário até tentou se colocar como adversário de Ednaldo Rodrigues nas eleições no início deste ano. Mas, ao procurar as federações, o Fenômeno encontrou 23 portas fechadas e se viu obrigado a desistir da candidatura. Já o agora destituído dirigente baiano, ao lançar sua chapa em busca da reeleição, há dois meses, contou com o apoio integral das 27 federações e de 26 clubes.
A CBF enfrenta uma crise institucional que vem de longa data e se aprofundou após a destituição de Ednaldo Rodrigues. A indicação de Samir Xaud e sua aclamação foi vista internamente como uma forma de restaurar a estabilidade e evitar interferências externas, como as da FIFA, que havia alertado sobre possíveis sanções caso houvesse influência indevida de terceiros na gestão da entidade.
O fato é que mais uma vez o processo eleitoral da CBF reflete as complexas dinâmicas de poder dentro da instituição, onde o apoio das federações estaduais e a busca por manter o status quo desempenham papéis fundamentais na definição da liderança da entidade.
A oito dias do pleito, o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos foi anunciado como candidato à presidência da CBF. De acordo com publicação feita pela FPF, a candidatura surgiu do incentivo e apoio de "federações e por um grande número de clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro". "Há pelo menos 10 anos, a Confederação Brasileira de Futebol se notabilizou por frequentar páginas policiais, com escândalos e disputas judiciais. Nenhum dos últimos cinco presidentes da CBF terminou seu mandato, pelas mesmas razões. A Seleção Brasileira deixou de estar entre as melhores do mundo. E, internamente, é notório que o nosso futebol está muito aquém do seu potencial", destacou. Mas sem o apoio das federações, Reinaldo Bastos acabou tendo o mesmo destino de Ronaldo Nazário e foi obrigado a desistir, o que inviabilizou realmente uma eleição.
Mas a troca de comando só se tornou possível porque Ednaldo Rodrigues se rendeu às decisões judiciais e informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira, dia 19, que não tentaria mais retornar ao seu cargo. O dirigente havia entrado com vários recursos na Corte, após ser afastado por ordem da Justiça do Rio de Janeiro.
Segundo a imprensa que cobre os bastidores da CBF, Ednaldo Rodrigues começou a amadurecer a ideia de desistir ao perder apoio em Brasília após o ministro Gilmar Mendes, do STF, não acatar seus pedidos de recursos no domingo, 18. O ex-presidente da CBF também perdeu o apoio da FIFA e da Conmebol, na manhã da segunda-feira, 19, sendo destituído do Comitê Executivo das duas organizações.
Sem o apoio das federações, dos clubes e das entidades representativas, Ednaldo Rodrigues saiu de cena e sua desistência deixou o caminho livre para Samir Xaud ser aclamado novo presidente da CBF.
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