O Brasil que se viu em Paris pode ser melhor em Los Angeles? 1v1y1j Foto: Reprodução/Redes sociais
Se não dá para dizer que foi ruim, também não foi tão bom assim, como já cantou Lulu Santos, pois acreditamos que sempre podemos mais, ainda mais quando se tem a genialidade e a exuberância de Rebeca Andrade, a força e a tranquilidade de Beatriz Souza, e a competência e a garra de Ana Patrícia & Eduarda Santos Lisboa (Duda).
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Rebeca Andrade. Foto: Luiza Moraes/COBBeatriz Souza. Foto: Leo Franco/ Agnews
Em meio à realização do torneio, ia ficando claro que o Brasil dificilmente teria números superiores aos Jogos Olímpicos de Tokyo, quando nossos principais favoritos iam sendo eliminados pelas mais diversas razões e as modalidades de destaque do Brasil iam fazendo sua despedida na França. Houve decepções com alguns esportes e frustrações com alguns atletas, o que é absolutamente normal num evento de tal magnitude em que todos querem ganhar. E também houve boas e emocionantes surpresas com o despertar de novos heróis, assim como acontece em toda edição.
Como disse o medalhista Caio Bonfim, prata na Marcha Atlética 20 km, essas surpresas também se devem ao fato de termos apenas dois esportes no Brasil: o futebol e um outro – o olímpico – que, infelizmente, é lembrado a cada quatro anos. E no período entre dois Jogos – corretamente chamado de Olimpíada – praticamente nada sabemos ou damos pouco valor ao que acontece fora da hegemonia futebolística. Se ainda não somos uma potência olímpica, os bons resultados de alguns esportes aliados à competência de algumas federações, e, sobretudo, a garra e a resiliência dos nossos invisíveis atletas individuais provam que há oportunidade para crescer, quando se tem mais de 200 milhões de habitantes. Mas essa é uma reflexão para outro momento.
Foto: Luiza Moraes/COB
Ouro volta após 28 anos, com hegemonia no vôlei de praia ameaçada 2m3v6s
Num jogo que lembrou, em alguns momentos, a rivalidade que havia entre brasileiras, cubanas e peruanas no vôlei de quadra dos anos 1980, o voleibol feminino de praia do Brasil disputou a final contra o Canadá e voltou a conquistar a medalha de ouro após 28 anos, quando o esporte foi integrado oficialmente aos Jogos Olímpicos, em Atlanta-1996.
O vôlei de praia do Brasil havia sido medalhista no mínimo uma vez em todas as edições olímpicas, na categoria masculina ou feminina, mas perdeu esta sequência de seis edições consecutivas entre os três primeiros em Tokyo-2020, quando nem chegou às semifinais. Pela primeira vez desde 1996, não houve representantes masculinos do Brasil no pódio por dois Jogos Olímpicos seguidos (Tokyo e Paris). Se a amargura tomou conta da modalidade entre os homens, as nossas mulheres fizeram bonito e voltaram ao topo do pódio 28 anos depois.
Foto: Alexandre Loureiro/COB
No futebol, Mulheres de Prata, Homens de Lata 5g255r
Contra tudo e contra todos, a desacreditada Seleção Brasileira feminina de futebol reverteu a má fase e o início conturbado, chegou às finais e conquistou sua terceira medalha de prata novamente frente às poderosas e favoritas jogadoras norte-americanas.
Quem é Adriana, dona do 3º gol da Seleção Feminina nas Olimpíadas. Foto: Reprodução/Redes Sociais
Por sua vez, o que dizer de um país que se orgulha de ser pentacampeão mundial e manter a hegemonia no futebol desde 1970 e bicampeão olímpico das Olimpíadas de 2016 e 2020 e não conseguir sequer se classificar para Paris-2024?
Bronze com mérito dourado no feminino e a crise do vôlei masculino 92g1p
Com uma campanha brilhante e apenas uma derrota, infelizmente na semifinal, a seleção brasileira feminina de vôlei conquistou o bronze e valorizou ainda mais sua história vitoriosa. A equipe soma agora seis medalhas olímpicas: dois ouros, uma prata e três bronzes.
Apontado como um dos principais favoritos ao pódio e com três ouros olímpicos em Barcelona (1992), Atenas (2004) e Rio de Janeiro (2016); três pratas em Los Angeles (1984), Pequim (2008) e Londres (2012), a seleção masculina de vôlei obteve o pior resultado desde a Cidade do México (1968), quando ficou na nona colocação. Em Seul (1988) e Tokyo (2020), a equipe disputou o bronze, mas ficou na quarta colocação. O Brasil foi quinto lugar em Moscou (1980) e Atlanta (1996), sexto em Sydney (2020), sétimo em Tokyo (1964) e Montreal (1976) e oitavo lugar em Munique (1972) e Paris (2024).
Individuais para comemorar: 6b2u11
Apesar de muitas lágrimas, o brasileiro Guilherme Costa, conhecido como Cachorrão, alcançou em Paris-2024 o recorde das Américas nos 400 m nado livre na natação, com um tempo de 3m42s76, ficando a 26 centésimos da medalha de bronze. Mesmo estando fora do pódio, é o segundo melhor resultado da história do Brasil nesta prova em Olimpíadas, atrás apenas de Djan Madruga, que obteve dois quartos lugares em Montreal-1976 e Moscou-1980.
A skatista street Rayssa Leal conquistou 92,88 pontos na fase final da competição, a maior nota já tirada por um atleta na história do esporte em Olimpíadas. A brasileira também se tornou a primeira esportista a conquistar duas medalhas consecutivas em um esporte com a menor idade na história, superando a saltadora estadunidense Dorothy Poynton-Hill (prata em 1928 com apenas 13 anos e ouro em 1932 com 17 anos).
Rayssa Leal conquistou a medalha de bronze no skate street. Foto: Reprodução/Redes sociais
Numa imagem eternizada para sempre na história dos Jogos Olímpicos, o surfista brasileiro Gabriel Medina conquistou a maior nota da história da modalidade ao tirar um 9,90 nas oitavas de final do surfe masculino quando venceu o duelo contra Kanoa Igarashi, que ficou conhecido como A Revanche, uma vez que os dois já haviam se enfrentado na semifinal dos Jogos de 2020 com uma polêmica vitória do surfista japonês.
Medalhas de ouro: 5g2p5
Beatriz Souza | Judô | +78kg;
Rebeca Andrade | Ginástica Artística | Solo feminino;
Ana Patrícia e Eduarda Santos Lisboa (Duda) | Vôlei de praia.